Autorreconhecimento no tantra não dualista da Caxemira
Início em 12 de fevereiro de 2025
Quartas-feiras, das 10:00 às 11:00 (Brasília).
Início em 12 de fevereiro de 2025.
Objetivo
Apresentar a via do autorreconhecimento ou “reconhecimento de si enquanto consciência universal”, em meio ao contexto do Śivaísmo da Caxemira, a partir do estudo do breve tratado Pratyabhijñāhṛdaya (Essência do Autorreconhecimento, de Kṣemarāja, X EC) , sob o amparo da obra Reconhecimento de Si enquanto o Ser Supremo (Īśvarapratyabhijñā, de Upaladeva IX EC).
Que é a Essência do Autorreconhecimento?
Trata-se de uma breve obra de 20 aforismos (sūtras) composta com o objetivo de demonstrar para o invidíviduo quem ele realmente é. O autor, Kṣemarāja, compôs essa obra como uma forma de introduzir as pessoas no conhecimento complexo de uma obra mais antiga, composta 3 gerações antes, por Utpaladeva, Īśvarapratyabhijñā, Reconhecimento de Si enquanto o Ser Supremo.
Como obra composta no contexto do Śivaísmo da Caxemira, o caminho que o autor percorre é o caminho da consciência: a partir da presença da consciência em cada indivíduo, sob a forma dos atos cognitivos mais variados, Kṣemarāja ensina-nos a alcançar a consciência universal.
Consciência é um conceito chave para o entendimento do não dualismo tântrico, especificamente, o Śivaísmo da Caxemira, que compreende a natura individual humana como uma manifestação contraída da consciência divina e universal.
Não há diferença essencial entre universalidade e a individualidade, há apenas a particularização (lembre da palavra partícula) do poder vibrante da Consciência.
A capacidade de a Consciência perceber-se múltipla, por meio dos inúmeros indivíduos, é a própria experiência humana, a qual particulariza, por meio do tempo, espaço e individualidade, a universalidade da consciência.
Público
Meditantes, professores/as de yoga, professores de meditação e interessados/as em filosofias indianas ou, de um modo geral, filosofias de matriz não europeia.
Pré-requisito
Não há.
Metodologia
Aulas expositivas, com leitura do texto em língua portuguesa (tradução de João C. B. Gonçalves) e sua exposição de acordo com comentário do próprio autor.
Meditação, por vezes guiada e por vezes sugerida pela leitura do texto.
Carga Horária
Cerca de 18 horas de aula ao vivo, em 18 encontros.
De 12 de fevereiro a 2 de julho de 2025.
(não haverá aula em 30 de abril).
Valores
6 parcelas de R$ 160,00 (transferência/PIX).
R$ 900,00 à vista.
A primeira parcela deve ser paga no ato da inscrição, para garantia de vaga, e as restantes, mês a mês.
Vagas limitadas. A confirmação da inscrição está sujeita ao número de vagas.
Prof. João Carlos Barbosa Gonçalves
João Carlos Barbosa Gonçalves é doutor em linguística (FFLCH- Universidade de São Paulo), membro colaborador do Instituto de Estudos Filosóficos da Universidade de Coimbra, tradutor, professor de língua sânscrita e literatura filosófica da Índia Antiga.
Tem longa experiência no ensino de Língua Sânscrita, tendo atuado como docente no IEL (Instituto de Estudos Linguísticos da UNICAMP), entre 2003 e 2005, na FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP), em 2014 e 2015 e na FLUC (Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra) no ano letivo de 2023/2024.
Concluiu seu doutorado em Linguística pela Universidade de São Paulo em 2009. Sua tese tem como tema os Purāṇas e trata da formação dessas escrituras sagradas do hinduísmo. Em seu mestrado (2004), fez uma tradução poética do Gītagovinda, de Jayadeva, XII d.C., e tratou de seus conteúdos mitológico, erótico e estético (publicada como “Canto para Govinda”, Penguin-Companhia, 2023, vencedora da categoria tradução do Prêmio Jabuti de 2024).
Foi aluno do saudoso professor Mário Ferreira, por quem foi orientado ao longo de seu mestrado e doutorado. Participou de retiros-seminários com a Profª Bettina Bäumer, com quem estudou as obras Parātrīśikāvivaraṇa, Netratantra e Vātūlanāthasūtra, na cidade de Varanasi. Nessa mesma cidade, participou de aulas com o Prof. Mark Dyczkowski, de quem traduziu o livro A Doutrina da Vibração para a língua portuguesa (edição independente do autor, 2023). Participou do célebre curso de sânscrito falado com o Prof. Sadananda Das, em Heidelberg (2014).
Introduziu o curso pioneiro de “Filosofia do Yoga” no Brasil em 2014, pelo qual já passaram centenas de alunos/as. Como pesquisador, especializou-se no Śivaísmo da Caxemira, termo plural que engloba algumas correntes do pensamento indiano antigo que vive nos dias de hoje como prática pessoal de adeptos na Índia e mundo afora. Neste campo, ensina as obras Śiva Sūtra, Spanda Kārikā, Pratyabhijnāhṛdaya, entre outras, em traduções próprias para a língua portuguesa, a serem publicadas em breve. No contexto do yoga, ensina o Yoga Sūtra de Patañjali, sob o comentário de Vyāsa, a partir de tradução própria.
Em 2013, fundou o Instituto Paulista de Sânscrito (IPS) juntamente com o Prof. Adriano Aprigliano, docente da Faculdade de Letras da Universidade de São Paulo, com quem o geriu até o ano de 2015. Em 2017, fundiu o IPS com o Ânima Yoga, da Profª. Rosana Rosch, dando origem ao Ashram Urbano, onde coordena os cursos de literatura filosófica da Índia Antiga, os cursos extensivos de língua sânscrita e as atividades regulares de meditação.
Ao lado da Profª. Rosana Rosch, gere o Ashram Urbano, como uma escola que se tornou referência no Brasil, para o ensino de yoga, em seus aspectos técnicos e conceituais, devido à abordagem pedagógica plural e democrática, com estímulo ao pensamento crítico e respeito à natureza dialógica da produção do conhecimento.